GRADES HISTORIADAS
Faro, Portugal
Projeto contemporâneo, depurado e historiado de intervenção nas duas janelas do rés-do-chão da fachada tida como menor, entre duas juntas, numa fachada dupla com grades historiadas, rica de acento algarvio garrido e de pendor protobarroco manuelino, de apego regional.
A intervenção incluiu a recuperação da traça das janelas de madeira originais, a repintura das madeiras e ferros existentes, e o desenho de novos corrimões de parapeito e grades de proteção.
Informação
do Projeto
Neste projeto, a RAL colaborou com a designer de interiores Cláudia Saraiva na execução de serralharia artística.
O desenho das grades historiadas, que ajudámos a transpor para ferro, tem como base a manipulação do elemento ortogonal visualmente neutro do padrão dos azulejos da fachada, o verde-escuro.
O resultado é uma rede limpa e contínua, naturalmente integrada num contexto difícil pela acumulação de pormenores.
A essa estrutura acrescentam-se diagonais ascendentes que cortam os espaços abertos de maior dimensão e completam um meio diamante na junção visual das duas grades gémeas falsas, que funcionam complementarmente em espelho.
Estas evocam a reixa de madeira de espírito árabe que, no Algarve, vestiu varandins de ferro do Barroco e do Neobarroco, inspirando ainda outros do período do Estado Novo.
Com o objetivo de manter a limpeza do desenho, o mais aproximado possível da escala real do padrão dos azulejos, com profundidade e traços uniformes, sugerimos o corte a laser em chapa de ferro.
A espessura definida foi validada em ensaio, comprovando resistência estrutural suficiente para permitir que as grades terminassem nos cubinhos de remate de cada cruz, a toda a volta, sem esquadria.
O desenho das grades historiadas, que ajudámos a transpor para ferro, tem como base a manipulação do elemento ortogonal visualmente neutro do padrão dos azulejos da fachada, o verde-escuro.
O resultado é uma rede limpa e contínua, naturalmente integrada num contexto difícil pela acumulação de pormenores.
A essa estrutura acrescentam-se diagonais ascendentes que cortam os espaços abertos de maior dimensão e completam um meio diamante na junção visual das duas grades gémeas falsas, que funcionam complementarmente em espelho.
Estas evocam a reixa de madeira de espírito árabe que, no Algarve, vestiu varandins de ferro do Barroco e do Neobarroco, inspirando ainda outros do período do Estado Novo.
Com o objetivo de manter a limpeza do desenho, o mais aproximado possível da escala real do padrão dos azulejos, com profundidade e traços uniformes, sugerimos o corte a laser em chapa de ferro.
A espessura definida foi validada em ensaio, comprovando resistência estrutural suficiente para permitir que as grades terminassem nos cubinhos de remate de cada cruz, a toda a volta, sem esquadria.
A fixação das grades foi feita com um mínimo de espigões, localizados em pontos específicos dentro e atrás da filigrana de ferro, centrados nas laterais da pedra de estilo Neo-Renascimento Veneziano.
Assim, cada pano, embora firmemente preso, parece simplesmente assentar na pedra, quase cobrindo as laterais na totalidade e continuando o padrão dos azulejos onde este termina.
Em linha com a prática manuelina de indefinição dos materiais adjacentes pela pintura numa mesma cor, o rendilhado de ferro foi pintado num branco-esverdeado quase iridescente, integrando-se cromaticamente na fachada, definida pelo verde-claro dominante dos azulejos sobre o branco do fundo.
O acabamento plástico matizado reforça a harmonia entre o tom do ferro e o brilho cerâmico antigo dos azulejos e dos jarrões que rematam o terraço da fachada intervencionada.
Deste feliz casamento entre desenho e técnica, em algo tão diferenciado quanto detalhado, resultaram dois panos etéreos, apesar do 1,60 m de lado e do peso correspondente.
A sua leitura imediata não é apenas funcional, de proteção e privacidade, mas sobretudo estética, como um acrescento que enriquece e transforma o conjunto arquitetónico.
A fachada intervencionada tornou-se nobre, rica e central, diante da qual locais e turistas param, apreciam e fotografam.
Assim, cada pano, embora firmemente preso, parece simplesmente assentar na pedra, quase cobrindo as laterais na totalidade e continuando o padrão dos azulejos onde este termina.
Em linha com a prática manuelina de indefinição dos materiais adjacentes pela pintura numa mesma cor, o rendilhado de ferro foi pintado num branco-esverdeado quase iridescente, integrando-se cromaticamente na fachada, definida pelo verde-claro dominante dos azulejos sobre o branco do fundo.
O acabamento plástico matizado reforça a harmonia entre o tom do ferro e o brilho cerâmico antigo dos azulejos e dos jarrões que rematam o terraço da fachada intervencionada.
Deste feliz casamento entre desenho e técnica, em algo tão diferenciado quanto detalhado, resultaram dois panos etéreos, apesar do 1,60 m de lado e do peso correspondente.
A sua leitura imediata não é apenas funcional, de proteção e privacidade, mas sobretudo estética, como um acrescento que enriquece e transforma o conjunto arquitetónico.
A fachada intervencionada tornou-se nobre, rica e central, diante da qual locais e turistas param, apreciam e fotografam.
SETOR
Reabilitação e Serralharia Artística
Localização
Faro, Portugal
DATA DE TÉRMINO
Fevereiro de 2025
RESULTADOS
E BENEFÍCIOS
Integração estética
Valorização patrimonial
Execução artesanal
Valorização patrimonial
Execução artesanal